top of page

Olá!

Seja bem-vindo(a)

Buscar

Arte Verde

  • Foto do escritor: Rubens Cavalcanti Silva
    Rubens Cavalcanti Silva
  • 17 de jul. de 2018
  • 4 min de leitura

Da série Mensagens de plástico | Técnica mista | 40 cm x 68 cm | 2017 | Rubens Cavalcanti da Silva

Em 18 de maio de 2011, entrou em vigor, em São Paulo, a lei de Nº 15.374 que proibia o uso de sacolas plásticas nos supermercados. Não preciso relatar aqui a polêmica que tudo isso causou no consumidor em geral. E, como qualquer coisa que queira ser feito nesse país, não deu em nada. Ou quase nada.

O interesse comercial e os acordos entre comerciantes e empresas não é páreo para qualquer projeto que vá contra aos interesses financeiros.

O Brasil é uma piada

Nós também, consumidores, nos preocupamos muito pouco com o que acontece em nosso país ou no mundo. Aqui tudo vira piada. E de piada em piada nosso país vai ficando doente e deficiente. Se transformando em circo.

E isto é muito bom, pois o governo e os empresários fazem o querem da gente, enquanto continuamos rindo.

Muitas vezes digo pra minha mulher como é que pode, poucas horas depois de acontecer algo de ruim em nosso país, a proliferação de piadas toma conta das redes sociais e vira diversão? Na minha cabeça de artista já fico imaginando, ou fantasiando, se não teria alguém sendo pago para fazer esses folders que são distribuídos na internet, haja vista a qualidade de muitos. Como é que alguém pode perder tempo para fazer isso?


Da série Mensagens de plástico | Técnica mista | 35 cm x 73 cm | 2017 | Rubens Cavalcanti da Silva

450 anos depois

Nós também, consumidores, nos preocupamos muito pouco com o que acontece em nosso país ou no mundo. Aqui tudo vira piada. E de piada em piada nosso país vai ficando doente e deficiente. Se transformando em circo.

E isto é muito bom, pois o governo e os empresários fazem o querem da gente, enquanto continuamos rindo.


Muitas vezes digo pra minha mulher como é que pode, poucas horas depois de acontecer algo de ruim em nosso país, a proliferação de piadas toma conta das redes sociais e vira diversão? Na minha cabeça de artista já fico imaginando, ou fantasiando, se não teria alguém sendo pago para fazer esses folders que são distribuídos na internet, haja vista a qualidade de muitos. Como é que alguém pode perder tempo para fazer isso?

Os dois lados do mesmo papel

Acredito que como indivíduos possamos fazer algo com medidas simples.

Eu, quando vou comprar pão de manhã, recuso a tal sacolinha de plástico que o balconista me oferece onde coloca os pães que já estão no saco de papel. Pra mim não há necessidade de duas sacolas. O mesmo acontece quando vou ao deposito. A maioria das vezes vou comprar alguns parafusos ou coisas pequenas e o balconista me fornece uma sacola que caberia um tijolo dentro.

Também não vejo lógica nisso.


Reutilizo as folhas sulfites que são impressas só de um lado para fazer blocos de rascunhos ou anotações. Aliás, não entendo o porquê de não se utilizar esse papel dos dois lados. Talvez isso se deva ao fato de que no tempo da máquina de escrever, os tipos, como eram batidos com certa pressão, deixavam do lado oposto suas marcas. Mas hoje isso não existe. As impressoras são de grande qualidade e a impressão é muito leve.

Uma mensagem plástica
Da série Mensagens de plástico | Técnica mista | 40 cm x 68 cm | 2017 | Rubens Cavalcanti da Silva

Por último, arranjei um jeito de aproveitar estas sacolas fazendo arte com elas. O projeto Mensagens de plástico é o resultado disso. Claro que não é suficiente, pois, de qualquer maneira, parte dela ainda vai parar na natureza. Mas, já é alguma coisa.

Nestes trabalhos, além das sacolas plásticas, eu utilizei pedaços de caixa de papelão, madeiras, jornais, telas plásticas, embalagens de remédios etc. A maioria sobre Duratex, produto (madeira) utilizado na embalagem de janelas de alumínio, que também é jogado na natureza. Gosto dessas embalagens, pois há algumas informações sobre a utilização do produto e gosto de aproveitar essas letras como parte da obra.

Mensagens em garrafas? Não. Em sacolas de plástico

Gosto de introduzir letras, números e logos em meus trabalhos. Claro que quando coloco alguns caracteres ou um logotipo ao contrário ou de cabeça pra baixo, tiro a identidade e função destes, deixando apenas como elementos artísticos. E as sacolas plásticas me fornecem esses elementos. Pois elas são, de um modo ou de outro, mensageiras de alguma coisa. De publicidade, claro.

Contraditório, eu?

Pode parecer contraditório, mas sou contra a reciclagem de alguns materiais que são jogados em nosso planeta, como o isopor, por exemplo. De qualquer maneira ele vai ser jogado no lixo.

Tenho um projeto de oficina de arte chamado Gravura Sustentável que tenta, de algum modo, reaproveitar essas bandejas de isopor para fazer gravura. O objetivo principal desta oficina é, por intermédio da arte e do aproveitamento de materiais, como o isopor e outras coisas jogadas na natureza, despertar a consciência ecológica nas crianças e adolescentes e a preservação do ambiente em que vivemos.

Tragam as bandejas de isopor, mas deixem o cheiro em casa

Quando peço, no projeto, que me tragam bandejas de isopor, gosto de frisar que prefiro as que são descartadas e que serão jogadas no lixo. Insisto que os alunos não comprem tais bandejas no supermercado, pois isso invalidaria a proposta da oficina que é a de reciclar. Ou educar para uma consciência ecológica.

Em aula, gosto de brincar com eles dizendo que apesar de aproveitarmos as tais bandejas que seriam jogadas na natureza, nem por isso devemos trazê-las sujas, com cheiro de peixe, queijo ou mortadela. Isso além de ser anti-higiênico, poderia despertar nossa fome, o que não é viável no momento.

Também deixo bem claro, que o ideal é que não comprássemos alimentos que venham embalados nestas bandejas, pois, apesar de a reutilizarmos como meio artísticos, mesmo assim elas ainda permanecerão em nosso meio ambiente e um dia será jogada fora e descartada.

O irônico de tudo isso é que se não existissem tais sacolas, não haveria essa série, mas…







 
 
 

Comments


© 2023 por Silvia Blake. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page